A bioconstrução tem se consolidado como uma prática essencial para promover um futuro mais sustentável na arquitetura e no urbanismo. Utilizando materiais naturais e técnicas ecológicas, a bioconstrução busca não apenas reduzir o impacto ambiental das construções, mas também garantir que os espaços construídos sejam mais saudáveis, eficientes e harmoniosos com o meio ambiente. Em climas tropicais, onde as condições climáticas excluem soluções específicas, a bioconstrução ganha uma importância ainda maior, pois oferece alternativas que atendem às necessidades locais e enfrentam os desafios característicos dessas regiões.
Os climas tropicais, com suas altas temperaturas, umidade elevada e chuvas frequentes, impõem uma série de dificuldades para os projetos de construção tradicionais. As construções precisam ser projetadas para lidar com a intensa radiação solar, garantir uma ventilação adequada e resistir à umidade constante, que pode causar problemas de mofo, isolamento de materiais e desconforto térmico. Além disso, o aumento das chuvas e os riscos associados às inundações e à erosão enfraqueceram soluções que integram a resistência estrutural e uma gestão eficiente da água.
Neste contexto, a bioconstrução surge como uma alternativa viável e inteligente, oferecendo materiais e técnicas que respondem de forma eficaz a essas condições. Ao adotar práticas sustentáveis e usar recursos locais, a bioconstrução não apenas minimiza o impacto ambiental, mas também contribui para a construção de ambientes mais confortáveis, eficientes e resilientes, adequados às particularidades do clima tropical.
Características dos Climas Tropicais
Os climas tropicais são caracterizados por uma combinação de fatores que moldam profundamente a maneira como as construções devem ser projetadas e executadas. O calor intenso, a alta umidade e as chuvas regulares são as principais características dessas regiões, e cada uma delas traz desafios únicos para a arquitetura e a durabilidade dos materiais.
Calor Intenso
Em regiões tropicais, as temperaturas frequentemente ultrapassam os 30°C durante grande parte do ano, com picos que podem ser ainda mais elevados. Esse calor constante exige construções que proporcionem um controle térmico eficiente, evitando que o calor excessivo se acumule nos ambientes internos. Caso contrário, os moradores podem enfrentar desconforto térmico, o que aumenta a necessidade de sistemas de ventilação artificial ou ar condicionado, resultando em maior consumo de energia.
Alta Umidade
A umidade elevada é outra característica marcante dos climas tropicais, que pode ultrapassar 80% em muitos períodos do ano. Esse fator influencia diretamente a durabilidade dos materiais, pois a umidade constante favorece o crescimento de mofo, bolor e fungos, além de acelerar a flexibilidade de materiais como madeira e papel, comuns em construções tradicionais. A supervisão de microorganismos pode comprometer a saúde dos moradores e reduzir a vida útil dos materiais, exigindo manutenções constantes.
Chuvas Regulares
As chuvas são uma constante nas regiões tropicais, com períodos de períodos intensos, que podem durar dias seguidos. As construções devem ser projetadas para resistir ao excesso de água, com sistemas de drenagem eficientes e estruturas capazes de suportar o impacto das chuvas sem sofrer erosão ou alagamentos. Além disso, chuvas frequentes podem causar encarecimento do solo ou afetar a estabilidade de fundações mal projetadas.
Impacto na Construção Tradicional e Durabilidade dos Materiais
As condições climáticas tropicais impõem à construção tradicional, que muitas vezes depende de materiais que não são ideais para resistir a esses desafios. Por exemplo, uma madeira, quando não tratada corretamente, pode apodrecer devido à alta umidade. Materiais como concreto e alvenaria também podem sofrer com a umidade, resultando em manchas e manchas nas superfícies.
A exposição constante ao calor e à umidade acelera o desgaste dos materiais convencionais, o que leva a maiores custos de manutenção e, em muitos casos, à necessidade de reparos ou substituições frequentes. Portanto, é crucial considerar essas características climáticas ao planejar a construção ou reforma de uma casa ou edifício em uma região tropical, para garantir que os materiais e técnicas sejam protegidos e protegidos.
Desafios da Bioconstrução em Climas Tropicais
Embora a bioconstrução ofereça soluções promissoras para a construção em climas tropicais, ela também enfrenta desafios específicos devido a condições climáticas intensas. Abaixo, exploramos os principais obstáculos que precisam ser superados para garantir a eficácia e a durabilidade das construções sustentáveis em regiões tropicais.
Temperatura Elevada e Ventilação
Em climas tropicais, o calor constante é um dos maiores desafios para manter o conforto interno das construções. A ventilação passiva, um dos princípios da bioconstrução, busca aproveitar o fluxo natural do ar para resfriar os ambientes sem o uso de energia elétrica. No entanto, encontrar o equilíbrio entre proporcionar uma ventilação eficiente e garantir a proteção contra a exposição direta ao sol pode ser complexo. Além disso, em áreas onde a ventilação é limitada ou as correntes de ar não são naturais, o calor pode se acumular, tornando o ambiente interno desconfortável.
Uma solução para esse desafio envolve o uso de técnicas como o uso de telhados ventilados, janelas estrategicamente posicionadas e o uso de materiais que favorecem a dissipação do calor, como o adobe ou a terra crua. No entanto, garantir uma circulação de ar constante sem deficiência a proteção solar pode exigir planejamento cuidadoso e estratégias adaptadas às condições locais.
Alta Umidade
A umidade é um fator determinante no sucesso da bioconstrução em regiões tropicais. Embora materiais naturais como a madeira e a palha sejam extremamente utilizados devido à sua sustentabilidade e baixo impacto ambiental, eles podem sofrer com a umidade elevada, causando apodrecimento, mofo e instabilidade rápida. A umidade também pode comprometer a estabilidade estrutural de algumas construções, exigindo cuidados especiais no tratamento e preservação dos materiais.
Uma solução comum é a utilização de materiais mais resistentes à umidade, como o bambu ou o cimento ecológico, que, apesar de serem mais resistentes, podem não ser tão acessíveis em algumas regiões. Além disso, a implementação de sistemas de drenagem eficientes e técnicas para promover a ventilação, como o uso de paredes de barro que permitem a troca de ar, pode ajudar a mitigar os efeitos da umidade e prolongar a vida útil das construções.
Chuvas Intensas
As chuvas intensas são uma característica marcante dos climas tropicais e representam um desafio significativo para qualquer tipo de construção. A erosão do solo e os alagamentos podem comprometer a estabilidade das fundações e das paredes, especialmente em regiões sujeitas a fortes tempestades. Além disso, o excesso de água pode causar o acúmulo de umidade nas construções, o que aumenta o risco de infiltrações e danos aos materiais.
Para enfrentar este desafio, a bioconstrução utiliza técnicas de drenagem eficientes, como o uso de telhados inclinados para desviar a água da chuva, cisternas para coleta e reaproveitamento da água, e muros de contenção que evitam a erosão do solo. Além disso, o uso de materiais permeáveis, como tijolos de terra ou blocos ecológicos, permite que a água seja absorvida sem comprometer a estrutura da construção.
Acessibilidade e Custo de Materiais Locais
Embora a bioconstrução proponha o uso de materiais locais, que são mais baratos e ecologicamente corretos, em algumas regiões tropicais, a disponibilidade desses materiais pode ser limitada. O desgaste e o transporte de materiais naturais, como bambu, madeira ou terra, podem envolver custos elevados, especialmente em áreas de difícil acesso ou em locais com regulamentações rigorosas.
Além disso, uma mão de obra especializada em técnicas de bioconstrução pode ser escassa, o que pode aumentar os custos de construção e dificultar a execução dos projetos. Para superar esse desafio, é importante buscar alternativas de materiais locais e técnicas adaptadas à realidade de cada região, além de promover a capacitação de profissionais locais para que possam aplicar técnicas de bioconstrução de forma eficiente e econômica.
Apesar desses desafios, a bioconstrução continua a ser uma alternativa viável e sustentável para as construções em climas tropicais, oferecendo soluções que, quando bem planejadas, proporcionam eficiência energética, conforto e respeito ao meio ambiente.
Soluções de Bioconstrução para Climas Tropicais
A bioconstrução oferece uma gama de soluções adaptadas às necessidades específicas dos climas tropicais, aproveitando materiais naturais, técnicas passivas e estratégias ecológicas que não apenas garantem conforto térmico e funcionalidade, mas também respeitam o meio ambiente e promovem a sustentabilidade. A seguir, apresentamos algumas das principais soluções aplicadas à construção em regiões tropicais.
Uso de Materiais Naturais e Locais: Madeira, Bambu, Terra, Palha e Seus Benefícios
A utilização de materiais locais e naturais é um dos pilares da bioconstrução em climas tropicais. A madeira, o bambu, a terra e a palha são materiais que possuem grande disponibilidade em muitas regiões tropicais e oferecem benefícios notáveis, como baixo impacto ambiental e boa adaptabilidade ao clima.
Madeira : A madeira, quando tratada, é um material robusto e isolante, ideal para construções tropicais, pois ajuda a regular a umidade e a temperatura.
Bambu : Resistente e rápido de cultivar, o bambu é leve, flexível e possui excelente durabilidade. Sua estrutura leve o torna ideal para a construção de paredes, telhados e elementos de decoração.
Terra : O adobe, a terra crua e os tijolos de terra compacta são materiais amplamente utilizados por sua capacidade de manter a temperatura interna amena, isolando eficazmente o calor externo.
Palha : A palha é um excelente isolante térmico e acústico, ideal para ser usada em telhados e paredes. Ela é também um material de baixo custo e baixo impacto, contribuindo para a sustentabilidade das construções.
Esses materiais não são apenas ecologicamente corretos, mas também ajudam a reduzir os custos de construção e garantem que as edificações sejam mais integradas ao ambiente local, respeitando as características da paisagem tropical.
Técnicas de Ventilação Passiva
Em regiões tropicais, o controle da ventilação é crucial para evitar o acúmulo de calor e garantir o conforto térmico. A ventilação passiva é uma estratégia eficiente que permite reduzir a dependência de sistemas mecânicos, como ar condicionado, e aproveitar os recursos naturais para promover o fluxo de ar.
Telhados ventilados : Telhados inclinados e com aberturas permitem que o ar quente suba e escape, enquanto o ar mais fresco entre pelas aberturas nas laterais ou no térreo da construção, criando uma circulação de ar natural.
Janelas e aberturas estratégicas : O posicionamento correto de janelas e aberturas, de modo que aproveitem as correntes de vento predominantes, pode ser uma maneira eficaz de garantir ventilação constante. Janelas grandes e com vidros de baixa emissividade ajudam a aumentar a entrada de luz natural, mantendo o ambiente fresco.
Paredes e elementos permeáveis : O uso de paredes de barro ou de materiais permeáveis, que permitem a troca de ar, também favorecendo a ventilação natural.
Estas técnicas garantem que as construções se adaptem às condições locais e proporcionem conforto térmico sem sobrecarregar o consumo de energia elétrica.
Isolamento Térmico
O isolamento térmico é essencial para manter as construções frescas durante os dias quentes e evitar a perda de calor nas noites mais frescas. Em climas tropicais, o uso de materiais com boas propriedades de isolamento térmico pode ser a chave para um ambiente confortável e eficiente.
Adobe e terra crua : Materiais como adobe e terra crua possuem alta capacidade de armazenamento de calor, o que permite que as construções se aqueçam lentamente durante o dia e liberem esse calor à noite, evitando picos de temperatura. Além disso, esses materiais mantêm os afrescos interiores durante o calor intenso.
Isolamento com palha ou fibra natural : A palha e outras fibras naturais podem ser usadas para isolar térmica e acusticamente as construções, garantindo que o ambiente interno permaneça confortável e silencioso.
Esses materiais naturais não só ajudam no controle térmico, mas também são úteis para a sustentabilidade da construção.
Áreas Externas Cobertas
Em climas tropicais, as áreas externas cobertas são fundamentais para oferecer sombra e proteção contra a chuva, conforto ambientes ao ar livre confortos. As varandas, pátios e alpendres são exemplos de áreas que não só protegem contra o calor intenso e a chuva, mas também ajudam na drenagem eficiente das águas das chuvas.
Varandas e pátios : Estes espaços ajudam a criar uma zona de transição entre o ambiente interno e externo, permitindo que a água da chuva seja direcionada para áreas de drenagem, evitando alagamentos nas áreas internas. Além disso, fornece sombra e espaço de lazer ao ar livre, fundamentais em climas quentes e úmidos.
Uso de Vegetação: Telhados Verdes e Muros Vivos
A vegetação desempenha um papel crucial na bioconstrução em climas tropicais, conforto não apenas beleza estética, mas também soluções para o controle térmico e de mobilidade.
Telhados verdes : A instalação de telhado no telhado ajuda a reduzir o calor no interior da casa, proporcionando isolamento adicional e promovendo a evapotranspiração, que mantém o ambiente mais fresco. Além disso, os telhados verdes podem captar e filtrar a água da chuva, contribuindo para a drenagem natural.
Muros vivos : Assim como os telhados verdes, os muros vivos ajudam no controle térmico e no isolamento acústico, além de promover a biodiversidade local e melhorar a qualidade do ar. Eles também funcionam como barreiras naturais contra a chuva e o vento.
Estas soluções vegetais não só ajudam a controlar a temperatura e a melhorar a qualidade de vida no ambiente interno, mas também tornam as construções mais integradas ao meio ambiente, promovendo um impacto positivo na paisagem urbana e rural.
Com essas soluções de bioconstrução, é possível criar construções adaptadas ao clima tropical, proporcionando ambientes confortáveis, eficientes e sustentáveis. A chave é usar materiais locais e naturais, aproveitando as condições climáticas para criar um espaço que respeite o meio ambiente e melhore a qualidade de vida dos moradores.
Exemplos de Projetos de Bioconstrução Bem Sucedidos em Climas Tropicais
A bioconstrução tem sido mostrada uma alternativa viável e eficaz para enfrentar os desafios do clima tropical, com diversos exemplos de projetos bem-sucedidos que combinam sustentabilidade, conforto e harmonia com o meio ambiente. A seguir, apresentamos um estudo de caso de um projeto de bioconstrução em uma região tropical, detalhando as técnicas aplicadas e os resultados alcançados.
Estudo de Caso: A Casa de Bioconstrução no Brasil – Região Amazônica
Em uma região tropical úmida como a Amazônia, um projeto de bioconstrução foi desenvolvido com o objetivo de criar uma residência sustentável, confortável e integrada à natureza local. A casa foi projetada para aproveitar ao máximo os recursos naturais disponíveis, minimizando o impacto ambiental e atendendo às necessidades climáticas da região.
Técnicas Aplicadas
Uso de Materiais Locais e Naturais
A construção foi predominantemente feita com materiais locais, como bambu e madeira certificada, que são abundantes na região e apresentam baixo custo ambiental. O bambu foi utilizado para estruturas e telhados, devido à sua leveza, resistência e rapidez de cultivo. Além disso, o adobe foi usado para a construção das paredes, garantindo uma boa capacidade de isolamento térmico e acústico.
Ventilação Passiva e Design Arquitetônico
O projeto aproveitou a ventilação passiva ao máximo, utilizando telhados ventilados e grandes aberturas posicionadas estrategicamente para permitir o fluxo natural de ar. As paredes de barro e as janelas amplas garantem uma circulação de ar constante, evitando o acúmulo de calor e mantendo uma temperatura interna agradável durante todo o ano. O uso de telhados inclinados também facilita a dissipação do calor acumulado.
Isolamento Térmico com Terra Crua e Adobe
A combinação de adobe e terra crua nas paredes da casa ajudou a controlar as variações térmicas, mantendo os ambientes frescos durante o dia e aconchegantes à noite. Esses materiais têm a capacidade de absorver e liberar calor de forma gradual, o que minimiza a necessidade de sistemas de aquecimento artificial.
Áreas Externas Cobertas e Integração com a Natureza
A casa foi projetada com amplas varandas e pátios que oferecem sombra e proteção solar, criando áreas de convivência ao ar livre. As áreas cobertas também servem como espaço para a drenagem das águas pluviais, evitando problemas com alagamentos e erosão do solo. A conexão direta com a natureza ao redor foi uma prioridade no projeto, proporcionando um ambiente tranquilo e em sintonia com a paisagem amazônica.
Uso de Vegetação: Telhados Verdes e Muros Vivos
O telhado da casa foi revestido com tecido nativo, criando um telhado verde que ajuda a reduzir a absorção de calor pela construção e ainda contribui para a captação da água da chuva. As paredes vivas ao redor da casa servem como barreiras naturais contra o calor e o ruído, além de fornecerem um habitat para a fauna local, contribuindo para a biodiversidade da região.
Resultados Obtidos
O projeto de bioconstrução na Amazônia demonstrou resultados notáveis em termos de conforto, eficiência energética e sustentabilidade. A casa permanece fresca mesmo durante os períodos mais quentes do ano, sem a necessidade de sistemas de ar condicionado, o que resulta em uma redução significativa no consumo de energia elétrica. Além disso, a integração com a vegetação local e o uso de materiais naturais importantes para a construção de um ambiente saudável, sem a deficiência dos recursos naturais da região.
A utilização de técnicas de condução eficientes e o design focado na ventilação passiva garantiram que a casa fosse resistente às chuvas intensas e ao aumento da umidade, problemas comuns nas regiões tropicais. O uso de telhados verdes também ajudou a gerenciar as águas pluviais, minimizando o risco de alagamentos e erosão no terreno.
A escolha de materiais locais e sustentáveis, como bambu e madeira, não só garantiu a durabilidade da construção, mas também fortaleceu a economia local, pois muitos dos materiais foram obtidos diretamente de fornecedores da região. Além disso, o projeto serviu como um modelo de construção sustentável, demonstrando como técnicas de bioconstrução podem ser adaptadas com sucesso às condições climáticas e culturais de uma região tropical.
Tendências Emergentes na Bioconstrução para Climas Tropicais
A bioconstrução, com sua ênfase em materiais naturais e soluções sustentáveis, tem se tornado cada vez mais relevante no contexto das regiões tropicais, onde o desafio de criar ambientes convenientes e eficientes é maior. Com o avanço das tecnologias e o interesse crescente por práticas ecológicas, as novas tendências têm surgido para aprimorar as construções em climas tropicais, garantindo que atendam às necessidades de conforto térmico, resistência e eficiência energética. A seguir, exploramos algumas dessas inovações tecnológicas e o papel da pesquisa e do design ecológico na evolução da bioconstrução.
Inovações Tecnológicas Aplicadas à Bioconstrução em Regiões Tropicais
Materiais de Construção Ecológicos Avançados
Embora materiais tradicionais como o bambu, a madeira e o adobe ainda sejam amplamente utilizados, novas inovações são surgidas para aprimorar a durabilidade, a resistência e a sustentabilidade desses materiais. Por exemplo, os tijolos ecológicos feitos a partir de resíduos agrícolas, como casca de arroz ou palha, estão ganhando popularidade. Esses materiais, além de serem sustentáveis, apresentam boas propriedades de isolamento térmico e acústico, o que é essencial para o controle das altas temperaturas e da umidade dos climas tropicais.
Outra inovação interessante é o uso de bioplásticos derivados de plantas, que estão sendo aplicados como alternativa ao concreto e outros materiais sintéticos. Esses plásticos biodegradáveis oferecem resistência e flexibilidade, além de reduzir o impacto ambiental das construções.
Tecnologias de Drenagem Sustentável
As fortes chuvas tropicais desativadas soluções soluções de eliminação para evitar inundações e danos estruturais. Tecnologias inovadoras de drenagem sustentável, como sistemas de captação de águas pluviais e soluções permeáveis para pavimentos e fundações, têm sido cada vez mais aplicadas. Esses sistemas permitem que a água da chuva seja captada, filtrada e reutilizada, além de evitar o acúmulo excessivo de água nas construções.
Sistemas de Energia Solar Integrados
O uso de energia solar é uma tendência crescente em projetos de bioconstrução, especialmente em regiões tropicais, onde a intensidade solar é elevada. Inovações como telhados solares , que combinam telhados verdes com painéis fotovoltaicos, estão se tornando comuns. Esses sistemas não apenas geram energia renovável, mas também ajudam a manter o interior das construções mais frescas, promovendo o conforto térmico sem a necessidade de ar-condicionado.
Nanotecnologia para Materiais de Construção
A nanotecnologia, que envolve a manipulação de materiais em escala molecular, está sendo explorada para criar novos materiais inteligentes para bioconstrução. Esses materiais, por exemplo, alteram suas propriedades térmicas ou de impermeabilidade podem estar em conformidade com as condições climáticas, proporcionando um ambiente interno mais confortável e resistente. Os nanomateriais aplicados em revestimentos podem aumentar a durabilidade de paredes e telhados, tornando-os mais resistentes à umidade e ao desgaste causado pela exposição ao sol e à chuva.
O Papel da Pesquisa e do Design Ecológico para Melhorar a Eficiência das Construções
A pesquisa científica e o design ecológico desempenham um papel fundamental na evolução da bioconstrução, especialmente em regiões tropicais. Universidades, centros de pesquisa e escritórios de design estão cada vez mais focados em desenvolver soluções que não apenas respondam às necessidades ambientais, mas também melhorem a eficiência das construções e a qualidade de vida dos moradores.
Pesquisas sobre Naturais e Sustentáveis
As pesquisas sobre a manipulação de materiais naturais, como o barro, a palha e o bambu, têm se aprofundadas para melhorar suas propriedades e garantir que sejam adequados às condições extremas do clima tropical. Estudos sobre o tratamento e preservação da madeira e do bambu, por exemplo, estão permitindo que esses materiais se tornem ainda mais duráveis e resistentes à umidade e ao apodrecimento, sem comprometer a sustentabilidade.
Design Passivo e Arquitetura Bioclimática
O conceito de arquitetura bioclimática , que busca otimizar a interação de uma construção com o clima local, tem sido fundamental para a bioconstrução em climas tropicais. Pesquisas sobre a orientação solar, o uso de ventilação natural e a construção de espaços sombreados estão sendo cada vez mais aplicadas para melhorar a eficiência energética das construções, reduzindo o uso de sistemas de climatização artificiais e tornando os edifícios mais autossuficientes em termos de energia.
Desenvolvimento de Tecnologias de Monitoramento Ambiental
O uso de tecnologias de monitoramento ambiental, como sensores de temperatura, umidade e consumo de energia, tem se expandido no campo da bioconstrução. Isso permite que os moradores ou gestores de edificações tropicais monitorem em tempo real o comportamento climático dentro de casa, possibilitando ajustes para manter as condições ideais de conforto térmico e eficiência energética. Além disso, essas tecnologias modernas para a coleta de dados que podem ser usadas em futuras pesquisas e no aprimoramento de técnicas construtivas.
Conclusão
Ao longo deste artigo, exploramos os desafios e as soluções que surgem ao aplicar a bioconstrução em climas tropicais. As condições climáticas intensas, como altas temperaturas, umidade excessiva e chuvas regulares, exigem abordagens inovadoras para garantir a durabilidade e o conforto das construções. Ao mesmo tempo, as soluções sustentáveis, como o uso de materiais locais, a ventilação passiva, técnicas de isolamento térmico e o design ecológico, oferecem alternativas viáveis e eficazes para enfrentar esses desafios. A bioconstrução se destaca não apenas pela sua eficiência ambiental, mas também pela promoção de uma interação mais harmônica entre a arquitetura e a natureza local.
A adoção dessas práticas sustentáveis na construção de edifícios e espaços urbanos é crucial para o futuro das regiões tropicais. Num cenário de mudanças climáticas e urbanização crescente, é fundamental que a construção se adapte às condições ambientais, promovendo a eficiência energética, o uso responsável dos recursos naturais e o bem-estar das comunidades. A bioconstrução não apenas minimiza o impacto ambiental, mas também fortalece as economias locais ao utilizar materiais disponíveis na região, criando empregos e fomentando a inovação no setor da construção.
Agora, como leitores, vocês podem aplicar esses conceitos em seus próprios projetos de construção ou apoiar iniciativas de bioconstrução local. Se você está planejando uma construção em uma região tropical, considere usar materiais naturais como bambu, terra e madeira local, além de implementação de soluções de ventilação passiva e eficiência energética. Pequenos ajustes no design, como a criação de áreas externas sombreadas ou o uso de telhados verdes, podem fazer uma grande diferença no conforto e na sustentabilidade do projeto.
Se você não está diretamente envolvido na construção, você ainda pode apoiar a bioconstrução de diversas formas, seja incentivando a utilização de práticas sustentáveis, divulgando o tema ou apoiando projetos locais que promovam essa abordagem. Além disso, envolver-se com as comunidades e os profissionais de bioconstrução pode ajudar a expandir o uso dessas técnicas, contribuindo para um futuro mais verde e equilibrado.
A bioconstrução em climas tropicais é uma chave para um futuro mais sustentável e resiliente, e todos têm um papel a desempenhar. Seja em projetos próprios ou em apoio à causa, cada ação conta para transformar a maneira como construímos e vivemos em harmonia com o nosso ambiente.