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Diferenças no bem-estar de quem vive em casas ecológicas feitas com técnicas tradicionais

Diferenças no bem-estar de quem vive em casas ecológicas feitas com técnicas tradicionais, mostrando família feliz em frente a casa de taipa ao pôr do sol.

Sabe aquela sensação de bem-estar de entrar numa casa de fazenda da vovó? O cheirinho diferente, aquele frescor mesmo nos dias quentes, aquela paz que a gente nem sabe explicar direito?

Pois é, não é à toa que muita gente está buscando esse mesmo sentimento nas suas próprias casas hoje em dia.

Eu sempre me perguntei como seria morar numa casa feita de barro, palha ou madeira, aquelas que nossos bisavós construíram.

Aí quando conheci alguns amigos que deram esse passo, fiquei impressionado com o que eles contavam sobre como a vida deles mudou. E não era só papo não, dava pra ver na cara deles!

Vamos bater um papo sobre isso? Sobre como o bem-estar de quem escolhe morar numa casa ecológica feita com técnicas antigas é diferente. Tem coisa que nem imaginamos que faz diferença no nosso dia a dia.

O que são essas casas ecológicas afinal?

Antes de mais nada, vamos combinar o que vamos chamar de casas ecológicas tradicionais, tá? São aquelas feitas com materiais que a natureza nos dá: terra, palha, madeira, pedra, bambu… coisas assim.

As técnicas têm nomes até bonitos: taipa, pau-a-pique, adobe… Nossas avós sabiam bem isso. E tem gente voltando a usar esses conhecimentos antigos, misturando com algumas ideias novas.

O que faz com que elas sejam diferentes das casas comuns?

  • Os materiais vêm da região onde a casa está
  • Precisa de bem menos energia para construir
  • Não agride tanto o meio ambiente
  • Crie um espaço mais saudável para viver
  • Mantém a temperatura mais gostosa naturalmente

A galera que trabalha com bioconstrução que é como chamam esse jeito de construir, não tá só querendo voltar pro passado não. Eles misturaram o que os antigos já sabiam com os conhecimentos de hoje pra fazer casas melhores.

Como o corpo sente a diferença

Já entrou numa casa de barro num dia de calor? É incrível como é fresquinho lá dentro! E no frio acontece o contrário, a casa segura o calorzinho. Essa é uma das primeiras coisas que as pessoas percebem quando visitam uma casa ecológica, sentem o bem-estar que é morar em uma casa assim.

Nem calor, nem frio – tão gostoso

Minha amiga Rita largou o apartamento na cidade e foi morar numa casa de adobe no interior. Ela sempre reclama quando me visita: “Menina, não sei como você aguenta esse ar-condicionado ligado o tempo todo! Na minha casa é sempre uma temperatura boa, sem precisar de nada disso.”

As paredes de terra são espertas, elas guardam o calor do sol durante o dia e vão soltando devagarzinho à noite. É como ter um cobertor natural perto de casa.

Respirando melhor sem nem perceber

Outra coisa que faz uma baita diferença é o ar que a gente respira. Pense comigo: nas casas normais tem tinta, cola, vernizes, produtos químicos… tudo soltando coisas no ar que nem vemos. Esse pessoal da saúde chama de COVs, são substâncias que podem deixar a gente com alergia, dor de cabeça e problemas respiratórios.

Já nas casas naturais, os materiais respiram junto com as pessoas. Isso mesmo! As paredes trocam umidade com o ar, deixando tudo equilibrado. Nada de mofo nem é pesado.

O João, que era meu vizinho, vivia com o nariz entupido por causa da rinite. Depois que ele construiu a casa de pau-a-pique, até esqueceu o que era isso. “Parece que troquei de nariz”, ele brinca.

Silêncio que faz bem pra cabeça

A gente nem percebe quanto barulho aguenta por dia. Carro, vizinho, máquina ligada… é um zunzum sem fim. As paredes grossas das casas ecológicas cortam boa parte desse barulho.

A Ana mora numa casa de superadobe bem perto de uma avenida movimentada. Um dia fui visitá-la e fiquei impressionado: “Como pode ser tão silencioso aqui dentro com tanto barulho lá fora?” Ela só sorriu e disse: “Pois é, durmo como uma pedra agora”, hoje sinto um bem-estar.

O que muda na cabeça e no coração da gente

Não é só o corpo que sente diferença não. Nossa cabeça e nosso coração também ficam diferentes quando moramos numa casa assim.

Aquela conexão com a natureza que faz bem

As casas ecológicas costumam ser adequadas para que as pessoas se sintam parte da natureza. Janelões que trazem a luz do sol, cantinhos que se abrem pro jardim, madeira que ainda tem cheiro de árvore… tudo isso faz a gente se sentir conectada com algo maior.

E olha, não é papo furado não. Os estudos mostram mesmo que esse contato com coisas naturais diminui o estresse, melhora o humor e até ajuda a gente a se concentrar melhor.

O Pedro, que largou o apartamento na capital pra morar numa casa de terra, me contornou: “É meio doido, mas eu sinto que a casa cuida de mim, sabe? Quando chego do trabalho estressado, só de entrar aqui já sinto aquele bem-estar, o peso saindo.”

Aquele orgulho de dizer “ajudei a fazer”

Muita gente que escolhe esse caminho acaba metendo a mão na massa, literalmente! Participe da construção, crie uma ligação especial com o lugar.

A Mari reuniu amigos e família para fazer a casa dela em mutirão. Teve gente que nunca teve pegado numa colher de pedreiro na vida! Hoje ela diz que cada cantinho tem uma história: “Aquela parede ali foi meu irmão que manifestou. Já aquele reboco foi a turma do trabalho que veio ajudar no fim da semana. Quando olho pra casa, vejo as pessoas que amo.”

Menos coisas, mais felicidade

Quem mora em casa ecológica geralmente acaba mudando o jeito de consumir também. Não por obrigação, mas porque começa a perceber o que realmente importa.

Essa simplicidade faz um bem danado pra cabeça. Tem estudos mostrando que pessoas que dão mais valor pras experiências e relações fazem que pras coisas materiais costumam ser mais felizes.

O Carlos trocou uma casa enorme e moderna por uma construção menor e mais simples. “Antes eu vivia querendo reformar, trocar os móveis, comprar aparelhos novos… Era uma angústia sem fim. Hoje tenho menos coisas, mas me sinto muito mais tranquilo, me trouxe um bem-estar. Parece que tirei um peso das costas.”

Como isso muda a relação com os outros

O bem estar não é só individual. Viver numa casa ecológica também muda como as pessoas se relacionam com as pessoas à nossa volta.

Aquela união de levantar uma parede juntos

Muitas dessas casas são feitas em mutirão, quando um monte de gente se junta pra ajudar na construção. Isso cria laços que às vezes duram pro resto da vida.

A Lucia especifica um mutirão pra construir a casa dela e me contorno que foi transformador: “Tinha gente que eu mal conhecia e hoje são amigos que levo no coração. A gente formou uma rede de apoio que funciona até hoje. Se alguém precisa de ajuda, é só chamar.”

Troca de conhecimentos que enriquece todo o mundo

A bioconstrução valoriza tanto o conhecimento dos mais velhos quanto as novidades que vão surgindo. Isso cria um ambiente rico para todo mundo aprender.

O Roberto é engenheiro formado nas melhores universidades, mas foi aprendendo com os mestres pedreiros locais. “Foi um banho de humildade. Os caras não tinham diploma, mas sabiam coisas que nenhum livro me ensinou. Eles me mostraram que a terra ‘fala’ com a gente, só precisa saber ouvir.”

Quando sua casa vira exemplo para outros

Quem tem uma casa ecológica acaba, mesmo sem querer, inspirando outras pessoas. Os vizinhos vêm visitar por curiosidade e saem cheios de ideias.

A Cláudia foi a primeira da cidadezinha dela a fazer uma casa de superadobe. “No começo o povo me perdeu maluca. ‘Tá voltando a ser índio?’, perguntavam. Hoje em dia direto tem gente batendo na porta pra saber como fez isso ou aquilo. Já tem mais três casas parecidas na vizinhança!”

Os perrengues também existem, vamos ser honestos

Apesar de todas as coisas boas, não vou ficar aqui só falando maravilhas. Tem desafios também nessa história toda.

Novos hábitos para aprender

Morar numa casa ecológica às vezes exige que a gente mude alguns costumes. Pode ser que você precise abrir e fechar janelas em horários certos para manter a temperatura boa, ou economizar água em tempos de seca se sua casa captar água da chuva.

O Fernando mora numa casa que não depende de energia externa nem de água encanada. Ele confessa: “No começo era um sufoco lembrar de todas as coisas que eu precisava fazer. Era como aprender a dirigir, você fica pensando em cada movimento. Mas depois vira automático.”

O olhar torto dos outros

Infelizmente ainda tem muito preconceito com quem escolhe esse caminho. Tem gente que acha que casa de terra é “coisa de pobre” ou “atraso”.

A Juliana passou por isso quando construiu a casa dela num bairro mais chique: “Os vizinhos fizeram até abaixo-assinado! Diziam que ia desvalorizar os imóveis da rua. Hoje em dia são os mesmos que vêm pedir dicas de como fazer suas casas mais sustentáveis.”

A burocracia que emperra

Em muitas cidades, conseguir aprovação para construir com técnicas naturais é um pepino. As leis foram feitas pensando em construções convencionais, então quem quer fazer diferente acaba tendo dor de cabeça.

O Ricardo é arquiteto e vive essa luta: “É de tirar o juízo! A gente precisa provar com mil papéis que uma técnica que existe há séculos é segura. Mas cada aprovação que conseguimos abre caminho para os próximos.”

Primeiros passos pra quem ficou com vontade

Se você está pensando “hummm, gostei dessa ideia”, vamos algumas dicas pra começar:

Bota uma curiosidade pra funcionar

Primeiro, aprenda sobre o assunto. Tem muita coisa boa na internet, livros bacanas e até cursos práticos. Quanto mais você souber sobre as diferentes técnicas, mais fácil será escolher o que combinar com você.

Vá visitar casas assim

Nada como ver de perto e sentir na pele. Existem muitas pessoas que abrem suas casas pra visitas educativas. Também há ecovilas e comunidades que fazem eventos abertos. Dá uma pesquisada na sua região!

Comece com pequenas mudanças

Não precisa resolver sua casa e construir fora do zero! Dá pra ir fazendo pequenas adaptações: melhorar a ventilação natural, usar tintas ecológicas, criar uma hortinha… Cada passo já traz um pouquinho daquele bem-estar que a gente tá falando.

Procure pessoas que já estão nessa

Arquitetos, engenheiros, construtores e bioconstrutores podem ajudar a transformar seus planos em realidade. Além disso, existem grupos nas redes sociais onde rola muita troca de experiência sobre o tema.

Pra fechar nossa prosa

As pessoas conversaram bastante sobre como uma casa ecológica feita com técnicas tradicionais pode melhorar nosso bem-estar físico, mental e social. Não é só uma questão de onde morar, mas de como viver.

Essas casas nos lembram que dão pra criar espaços que não só não prejudicam o planeta, mas também nos traz bem-estar, saúde e felicidade. É como se nossos antepassados ​​já souberam de muita coisa que a gente esqueceu pelo caminho e agora tá redescobrindo.

O maior benefício talvez seja esse despertar pra o que realmente importa num lar. Não é o tamanho, o luxo ou os acabamentos caros, mas como aquele espaço nos faz sentir, como ele cuida da nossa saúde e nos deixa viver de um jeito mais pleno.

Se você está pensando em dar esse passo, saiba que tem muita gente no mesmo caminho. Os existem, sim, mas como diz desafios o ditado lá da minha terra: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. A persistência vale a pena quando o assunto é viver melhor e ter bem-estar.

O que a gente viu por aqui:

  • Casas ecológicas mantêm uma temperatura gostosa sem necessidade de ar condicionado ou aquecedor
  • Materiais naturais deixam o ar mais limpo e podem ajudar quem tem problemas de proteção
  • Paredes grossas criam um silêncio que faz toda diferença no dia a dia
  • Viver mais próximo da natureza diminui o estresse e melhora o humor
  • Participe da construção criando uma conexão especial com o lugar
  • Um estilo de vida mais simples acaba trazendo mais tranquilidade mental e bem-estar
  • Construir em mutirão fortalece laços com amigos e comunidade
  • As técnicas tradicionais preservam conhecimentos que estavam perdendo
  • A mudança exige alguns ajustes nos hábitos, mas os benefícios compensam
  • Dá pra começar com pequenas mudanças antes de se jogar de cabeça